Há festa na aldeia. Todos se juntam à volta da fogueira. O frio não arrefece, mas os corpos inundam de calor a praça. Ninguém olha. Todos sentem o mesmo. Ninguém fica indiferente. Entre o laranja das labaredas, observo-te passo a passo. Dás um trago no copo com um líquido irreconhecível pela distância de gentes que nos separam. Fecho os olhos e abro-os para a quimera do nosso campo… onde pela manhã o frango se apresenta num pica-pica ritmático dos físicos onde a metafísica se sente. Transcendental…
1 lata pequena de tomate pelado
1 cebola grande1 dente de alho
Meio frango do campo cortado em pedaços5 cm de chouriço de carne
Picante Sal q.b.
Uma lata média de feijão branco1 cenoura grande às rodelas
Coentros frescos q.b.10 cl de água
Refoga-se, numa panela ou num tacho, uma cebola cortada às rodelas finas, o dente de alho picadinho e uma lata pequena de tomate pelado. Deito-te nos verdes campos como os do poeta. Feito o refogado, junta-se o frango e tempera-se de sal, deixa-se cozinhar. Aproveitando o gozo do tempo, sugamos a híbrida energia do encanto. Quando o frango estiver cozinhado, junta-se o naco de chouriço às rodelas bem como a cenoura também às rodelas. Misto egoísta de deleite. Deixa-se cozinhar mais um pouco até as cenouras estarem rijamente cozinhas. Nesta festa corpórea sente-se uma magia pueril. Deita-se a água e quando esta levantar fervura junta-se o feijão e o picante. Provo-te, de novo. Prova-se. De novo, provas-me.
Retifica-se se for caso disso. Retorna-se aos verdes campos, do poeta. Pica-se um molhinho de coentros e junta-se tudo no tacho. Descemos do utópico idílico firmamento e desligamos. Desliga-se o lume e deixa-se tudo apurar com uma tampa na panela ou no tacho. Beijamo-nos. De seguida, serve-se e toma-se a refeição em festa.
Beijos e abraços
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